Advogados realizam ato público no Ministério Público em apoio a advogada ofendida por promotor

Com palavras de ordem e faixas com dizeres ressaltando que “prerrogativas não são privilégios”, dezenas de advogados estiveram presentes em ato de desagravo em defesa da advogada criminalista Catarina Estrella, que foi comparada a uma cadela pelo promotor de Justiça Walber Nascimento.

A manifestação aconteceu na manhã desta quinta-feira (14), em frente ao Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), localizado na avenida Coronel Teixeira, bairro Nova Esperança, Zona Oeste de Manaus.

Catarina Estrella, ainda abalada com a situação, também esteve presente no ato e exigiu respeito à classe das advogadas e igualdade de gênero.

“Isso é uma vergonha. Eu não tenho diploma comprado. Eu estudei. Quero um país melhor, um país justo que respeite homens e mulheres. Enquanto não estivermos em pé de igualdade entre homens e mulheres, eu defenderei sim essa igualdade. Atingimos na lei, mas no dia a dia a sociedade ainda discrimina muito a mulher. Os órgãos discriminam a mulher, as relações, inclusive familiares, também discriminam a mulher. Estou sendo objeto de crítica no perfil do promotor por mulheres. Isso é uma vergonha. Exijo respeito. Nenhuma mulher merece ser chamada de cadela ou comparada a cadela. Respeito os animais, mas eles não são mulheres. Não admito que comprem seres humanos a mulheres”, declarou Catarina.

‘Me chamou de burra’

No ato de desagravo público, a advogada Luciana Terças contou à imprensa que também já foi vítima do promotor de Justiça Walber Nascimento em uma sessão de júri popular.

 

“Várias vezes em plenário ele me ofendeu. Ele me chamava ‘essa burra é minha aluna, como que essa burra passou?’. Aí eu [penso] se eu sou burra e fui aluna dele, ele é mais incompetente do que eu porque não me ensinou direito. Inclusive outro advogado em um júri que participei falou que tinha estudado Direito Penal com a professora Jussara Pordeus, que é procuradora. Aí ele falou ‘É outra incompetente que não sabe fazer nada. Como é que aquela burra dá aula de Direito Penal?’. Ele falou muitas vezes isso e está tudo gravado na sessão do júri popular”, relatou a advogada que estava em defesa de Catarina.

 

Para a advogada, Walber precisa ser afastado e punido pelo ato.

 

“Ele é altamente deselegante e, sinceramente, como pessoa ele não merece nada. Ele tem histórico com mulheres. Adora humilhar mulheres. Eu nunca fiz nada para esse senhor, desconheço ele. Todo júri que entro com ele, ele me pisa, humilha e eu nunca fiz nada. Não sou deselegante como ele. Ele já passou dos limites, não sei como ele é promotor de Justiça. Ele precisa ser punido e afastado. Ele é acostumado a fazer isso”, acrescentou Terças.

Repúdio ao promotor

 

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Amazonas (OAB/AM), Jean Cleuter, ressaltou que o repúdio não é ao Ministério Público do Amazonas e sim diretamente ao promotor de Justiça.

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