Coluna: A grande prova do vice-governador Tadeu de Souza; “ninguém pode servir a dois senhores”. Por Davidson Cavalcante

“A cada dia fica mais evidente a relação frágil entre governo e prefeitura e caberá ao vice decidir de qual lado vai ficar”.

O governador Wilson Lima (UniãoBrasil) e o Prefeito de Manaus David Almeida (Avante) estão deixando mais evidente os sinais de uma relação política difícil. Os acenos recentes entre David e Braga, que intui uma conjectura futura, e o contraponto de Wilson, que se aproxima cada vez mais de Amom, porém, tem dado sinais de que pode ouvir outros alinhamentos como de Alberto Neto, Menezes e o próprio Roberto Cidade, deixam claro, que um desquite político pode ocorrer. Os aliados de ambos admitem o desentrosamento, porém, negam qualquer crise entre ambos, atribuem os rumores ao baixo-clero político local; uma narrativa “falaciosa”. Será mesmo?

Em meio a tantos devaneios, está o vice-governador do Amazonas Tadeu de Souza (Avante), que foi uma indicação política de David Almeida, quando sua relação com o governo era mais próxima.
No meio palaciano governista, o grupo de Wilson Lima acredita que pode alçar Tadeu a uma das vagas ao Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) ou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE/AM) e assim anular as forças e influências do Prefeito dentro do Governo.

Outro hipotético plano, converge devolvê-lo como vice-de-chapa do próprio David Almeida, condicionando apoio de Wilson a reeleição do Prefeito, e assim abrir campo para a ascensão de outro aliado político do Governador, o Presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM) Roberto Cidade, que dizem nos bastidores, gostou da ideia de ser Governador ou Senador em 2026… Só o tempo dirá! Se Tadeu irá ceder ou não, é bom que todo esse alinhamento, como dizia o filósofo eslavo Dostoevsky “tenha sido combinado com os russos”, ou seja, Tadeu e toda a tropa dos envolvidos devem topar, e estarem em plena sinergia nisso. Algo arriscado, não é mesmo?

O grande teste dado ao vice-governador, envolve manter sua lealdade ao amigo de infância ou sua viabilidade como vice de Wilson Lima. Entre a cruz e a espada, Tadeu se recolheu ao seu tamanho político, e preferiu não se indispor com nenhum dos lados, porém, se engana quem pensa que Tadeu não tem traquejo político. Ele sabe que não é prudente nesse cenário um enfrentamento frívolo, mas vai chegar o momento em que precisará decidir, afinal, ‘não se pode servir a dois senhores’. Esse é o dilema de Shakespeare nos bastidores da política amazonense.

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