Corpus Christi: tradição dos tapetes volta às igrejas de Manaus
A Igreja Católica celebra nesta quinta-feira (8) a festa de Corpus Christi. Em Manaus, a tradição de preparar tapetes para a data voltou a ser vivida nas igrejas da cidade.
No Santuário de Fátima, na Praça 14, Zona Sul da capital, a ideia de fazer os tapetes foi do próprio pároco, padre Helton Wachholz. Ele coordenou o processo de tingimento das serragens e a confecção aconteceu na noite de quarta-feira (7) para a missa que ocorre na manhã desta quinta.
“Os tapetes são para que Cristo, nosso pastor e guia, caminhe no meio de nós na Eucaristia”, explicou o religioso durante a confecção das imagens.
Religioso (de preto) ajudou na confecção dos tapetes. — Foto: Matheus Castro/g1
Ao longo de todo o corredor central da igreja foram feitos desenhos, como da própria Eucaristia e da Virgem Maria. Cada imagem ficou sob a responsabilidade de um grupo da comunidade.
“É a primeira vez que a gente prepara e foi uma alegria muito grande ver toda a comunidade envolvida. Espero que os fiéis gostem”, disse a catequista Priscyla Ferreira.
Catequista ajudou na preparação das imagens. — Foto: Matheus Castro/g1
Na Paróquia Rainha dos Apóstolos, no Dom Pedro, a preparação também se estendeu ao longo da noite e, segundo o pároco, padre Sérgio Coldebella, reuniu fiéis de diversos grupos da comunidade.
“Essa preparação reuniu a comunidade em uma fraternidade. Das 20h até meia noite, aqui na paróquia, tinha umas duzentas pessoas preparando os tapetes. Até partilhamos uma sopa trabalhando, fazendo os tapetes. Foi muito bonito e renova essa tradição da igreja”, contou.
Tapetes na Paróquia Rainha dos Apóstolos, no Dom Pedro I. — Foto: Nainy Castelo Branco/Rede Amazônica
A origem dos tapetes
Os tapetes de Corpus Christi têm origem portuguesa. Elas chegaram ao Brasil na época da colonização. Para a Igreja Católica, a prática remete à acolhida de Jesus em Jerusalém, “quando as pessoas cobriram as ruas de ramos e mantos para a passagem do Messias”.
Em Manaus, os tapetes eram feitos ao longo da Avenida Eduardo Ribeiro, por onde tradicionalmente passa a procissão de Corpus Christi. No entanto, com o tempo, a tradição deixou de ser realizada e, após a pandemia, foi “adotada” pelas paróquias e áreas missionárias da Arquidiocese, que passaram a fazer os desenhos em suas próprias comunidades.