Fila da galera do Boi Caprichoso recebe seus primeiros ocupantes nesta segunda (26)

O que você vai ler:

– Torcedores do Caprichoso são os primeiros ocupantes da fila das galeras do Festival, já nesta segunda (26)

– O trio é membro do grupo “Fila Azulada” e buscará fazer revezamentos

– Motivação da presidente para a criação do grupo foi um acidente que a deixou sem andar temporariamente

Parintins (AM) – Na noite desta segunda-feira (26), uma bandeira do Boi Caprichoso, juntamente com três cadeiras de plástico e três pessoas abrilhantava, de maneira inesperadamente antecipada, a entrada da fila da galera do Touro Negro no Bumbódromo de Parintins. O trio composto pela autônoma Cristiane Ferreira, 43, pelo engenheiro Ariel Costa, 26, e pelo analista financeiro João Barreto, 23, foi o primeiro a chegar na fila do Boi da Francesa, e, consequentemente, na fila das galeras do Festival.

Cristiane mora em Parintins, mas Ariel e João moram em Manaus. Todos são integrantes do grupo “Fila Azulada”, e representam apenas uma pequena parte da quantidade maior de gente do núcleo, que vai chegando com o passar dos dias. “Nós somos um grupo grande. Na quarta-feira, começa a chegar a maioria das pessoas, que vem de cidades como Barreirinha, de São Paulo, de Belém, de Porto Velho… tem uma turma que vai chegando. Mas tem uns que moram aqui ou que já estão na cidade”, pondera Cristiane, que é a presidente do grupo.

Embora a organização das filas do festival monte, com o passar dos dias, uma cobertura para proteger os integrantes das filas, o grupo “Fila Azulada” vai montar uma barraca de lona para os seus membros terem maior conforto durante a permanência no Festival. “Há 10 anos nós buscamos ser os primeiros da fila, e naquela época não tinha nada. A gente tinha que ser virar com o que tinha, que era plástico, uma lona para se proteger do sol e da chuva”, destaca ela.

Revezar

De acordo com Ferreira, o trio vai passar a noite de segunda para terça na fila, e a partir daí se iniciará o revezamento com outros membros do “Fila Azulada”. “Tem gente que vai vir para cá, e quando um for descansar, o outro volta e assim vai ser. Os alimentos e bebidas serão levados a quem estiver na fila por outros membros do grupo”, comenta a autônoma.

Questionada sobre o porquê de terem vindo mais cedo este ano para a fila das galeras – que normalmente começa a receber pessoas a partir de quarta-feira – , Cristiane reafirma o senso de competitividade. “Assim que terminar o Festival, teremos a eleição bovina. Como nós temos esse grupo, sabemos que existem outros grupos também. Porque, quando a gente está na fila, há outros grupos que ficam atrás e sempre querem ‘tombar’ a gente, né? Ficamos sabendo que vazou pra eles quando a gente vinha – antes, tínhamos marcado de vir na terça. Então achamos melhor vir na segunda pra não perder o posto de ‘os primeiros da fila’”.

Perguntados sobre a Festa dos Visitantes, que neste ano vai acontecer no Bumbódromo, a autônoma está achando que “vai atrapalhar um bocado”: “Mas eu já fiquei sabendo que eles vão fazer até a estrutura que é feita aí na rua pra gente. Parece que vão colocar aqui na calçada, a entrada direta para a festa. Vai ser uma muvuca? Vai, mas é lógico que não tem como sair daqui… na fila nós já estamos, né?”, declara.

Motivos e história

Ariel Costa, Cristiane Ferreira e João Barreto (Jeiza Russo)

Ariel Costa, Cristiane Ferreira e João Barreto (Jeiza Russo)

Há 10 anos o grupo “Fila Azulada” busca ocupar o primeiro lugar da fila da galera do Boi Caprichoso no Bumbódromo de Parintins. “Mas não todos os anos. É o sentimento de tentar ser os primeiros, né?”, diz ela. E, segundo Cristiane, uma das motivações para o empenho nessa missão também está relacionada à qualidade dos lugares.

“Quando somos os primeiros da fila, o somos justamente para pegar um local onde possamos assistir melhor o Festival. E não só assistir. Também é um lugar que a gente sabe onde inicia as coreografias, que é na ponta onde tudo começa. Então sempre ficamos incentivando outros que estão ali e não são do nosso grupo a fazerem a coreografia, a pular e a não ficar parados. E é assim que a gente vive o item 19. Então, ninguém pode ficar parado”, conta ela.

A dedicação de Cristiane junto às filas da galera do Caprichoso no Bumbódromo iniciou em 2013. “Eu estive aqui na fila, não era a primeira, mas participei. Eu tinha passado por uma situação de um acidente onde quase morri. E eu fiquei sem andar por um bom tempo. Aí eu disse que iria fazer tudo o que eu queria fazer, tudo o que eu amava. E falei: ‘ano que vem vou ser a primeira’. Aí eu vim, fui a primeira da fila e fiz amizades com as pessoas que me permitiram ficar junto com eles. E foi assim que formamos o grupo”.
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