Aluno entrega esponja de aço para professora negra no DF; veja vídeo

Um estudante do ensino médio de uma escola em Ceilândia, no Distrito Federal, deu uma esponja de aço para uma professora negra no Dia Internacional da Mulher.

A entrega do item foi registrada por colegas de sala e viralizou nas redes sociais, com internautas apontando o teor racista do “presente”.

A Secretaria de Educação do DF informou que a escola tem autonomia para conduzir o caso e disse que repudia qualquer tipo de preconceito.

A direção da escola disse que se reuniu com o estudante e seus responsáveis e também com a professora. O aluno foi orientado a escrever um pedido de desculpas e retratação para ser lido em público na sala de aula e outras ações serão promovidas para conscientizar os alunos da escola.

O Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) manifestou sua solidariedade à professora “vítima de um ataque misógino e racista” e declarou “seu repúdio a toda atitude que envolva os crimes de racismo e de misoginia em qualquer tempo e local do planeta, principalmente, no Brasil e nas escolas da rede pública de ensino do Distrito Federal.”

A ação filmada e divulgada nas redes digitais demonstra o ódio à mulher e às pessoas de pele negra. Trata-se de um duplo crime – racismo e misoginia”, diz a nota publicada pelo Sinpro-DF.

O Sindicato ainda acrescenta que o ato da escola de pedir ao estudante para fazer uma carta e lê-la em público pedindo desculpas e se retratando “não é suficiente para reparar a profundidade e a extensão do constrangimento, do sofrimento e da dor que marcou não só a professora, mas também todos(as) que viveram a cena”.

Em nota, ainda acrescentou que o episódio revela uma falha do governo do DF “que não prioriza a educação antirracista e inclusiva, mesmo tendo um dispositivo legal para isso – a Lei nº 10.639/03 –, que não é colocado em prática nas escolas”.

O Sinpro-DF também se colocou à disposição das escolas para apresentar propostas de enfrentamento ao racismo no ambiente escolar.

A Polícia Civil do Distrito Federal disse que tomou conhecimento do caso pelas redes sociais e determinou uma apuração preliminar para que o autor e a professora sejam ouvidos.

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