Comércio pode ser afetado caso paralisação dos caminhoneiros avance
A interrupção no transporte de cargas preocupa o segmento comercial do estado. Empresários do setor afirmam que o abastecimento de alimentos e demais produtos pode ser comprometido caso a paralisação dos caminhoneiros se prolongue por mais dias.
Segundo o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas (Fecomércio-AM), Aderson Frota, o estado, por sua localização geográfica enfrenta entraves logísticos, com total dependência do transporte rodofluvial e a interrupção no modal afeta diretamente o abastecimento de produtos ao comércio.
Frota afirma que se o movimento durar por uma semana, o comércio terá prejuízos expressivos.
“A paralisação tem um viés perigoso e nos preocupa. Esperamos que o movimento não dure muito tempo e que logo o transporte de cargas volte à normalidade. Mas, se a suspensão no transporte durar sete dias, resultará em aumento nos custos e desabastecimento ao comércio”, comentou.
O superintendente da Associação Amazonense de Supermercados (Amase), Alexandre Duque, informou que os supermercados trabalham com estoque que atende ao período entre 15 e 30 dias. Ele concorda que o prolongamento da interrupção no transporte de cargas, até a próxima semana, pode comprometer o abastecimento de alimentos no estado.
“Tudo depende do tempo que o movimento durar. Já vemos mobilização por parte do governo federal em tentar acabar com a paralisação, esperamos que isso aconteça. Se o cenário normalizar até sexta-feira (10), os supermercados não sentirão impacto. Mas, se prolongar por mais dias, há um risco de falta de produtos”, disse.
“Nesses casos (de desabastecimento), as áreas mais próximas aos fornecedores têm prioridade para o abastecimento e recebem os produtos mais rápido. O envio ao Amazonas acontece depois”, completou.
A reportagem tentou contato com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Lubrificantes, Álcoois e Gás Natural do Estado do Amazonas (Sindicombustíveis-AM) para saber se a paralisação poderá de alguma forma afetar o fornecimento de combustíveis ao estado. Porém, até o fechamento da edição não obteve resposta.
A paralisação
Os caminhoneiros realizam manifestação com bloqueios em rodovias em vários estados. A categoria protesta contra o aumento no preço dos combustíveis e fazem exigências antidemocráticas, como o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF).
Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o bloqueio ocorre no trecho do quilômetro 482 da BR-174, em Roraima, e no Amazonas, no início da BR-174 a rodovia também segue interditada pelos manifestantes.
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Texto: Priscila Caldas