Programa Emergencial afeta contratação no comércio, afirma sindicato
Desde a reabertura do comércio, o Sindicato dos Empregados do Comércio Hoteleiro, Bares, Restaurantes e Similares do Amazonas (SINDECHRSAM) registra estagnação no número de trabalhadores que operam no segmento. O motivo, segundo o sindicato, é a vigência do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda.
Segundo o presidente do SINDECHRSAM, Gerson Almeida, o segmento conta atualmente com 50 mil trabalhadores em atividade e cerca de 10 mil pessoas que estão afastadas das atividades porque tiveram os contratos de trabalhos suspensos, mas recebem mensalmente por meio do governo federal.
Almeida afirma que, após o retorno das atividades comerciais, consequentemente a demanda por mão-de-obra também cresceu. Mas, as empresas deixam de reativar os contratos de trabalhos suspensos ou efetivar novas contratações porque estão amparadas pelo Programa Emergencial.
“Os bares e restaurantes estão com frequência entre 70% e 80%, praticamente em pleno funcionamento, e consequentemente demanda aumento de pessoal para trabalhar. Mas, o amparo do Programa Emergencial afasta as contratações até o mês de agosto”, comenta.
Expectativa para o setor
Segundo o presidente, a expectativa é que a partir de setembro o segmento crie novos postos de trabalho. Almeida ainda informa que no setor hoteleiro o movimento continua tímido, sem perspectiva de aquecimento em admissões.
“Esperamos que após o encerramento do Programa Emergencial as contratações sejam retomadas. Nos hotéis, a situação é mais delicada ainda por conta do turismo que está em baixa na região. Não há contratações no segmento”.
Programa Emergencial
O Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, lançado no final de abril pelo governo federal, permite que empresas reduzam o salário e a jornada dos funcionários ou suspendam o contrato de trabalho temporariamente. O programa tem vigência até o final de agosto deste ano.
Para a Abrasel, programa salva os empregos
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – seccional Amazonas (Abrasel-AM), Fábio Cunha, disse que o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda ajudou a manter pessoas empregadas e que a permissão por meio do decreto estadual para o pleno funcionamento dos estabelecimentos comerciais resultaria em geração de emprego.
“O programa continua salvando empregos. O que observamos é que pessoas decidem ficar em casa para receber o valor do auxílio emergencial e em alguns casos, entram no ramo da informalidade. Acreditamos que o fim do decreto estadual, que impõe as restrições ao comércio, consequentemente gerará novos postos de trabalho”, disse.
Texto: Priscila Caldas