Trabalhador formal está há 3 anos sem ganho salarial real, diz pesquisa

Estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) informa que o ano passado foi o terceiro sem ganho salarial real (sem reajuste que supere a inflação do ano anterior) para o trabalhador formal. A pesquisa foi publicada no boletim virtual ‘Salariômetro’ da Fipe e divulgada nesta quarta-feira (26).

De acordo com boletim, em 2019 e 2020, o reajuste mediano do salário tinha empatado com a inflação; em 2021, ficou 0,1% abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O resultado é avaliado como melhor que o esperado pelo coordenador do Salariômetro, Hélio Zylberstajn, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, pois o contexto de pandemia, economia em queda, expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) perto de 0% e Inflação poderia ter desencadeado um resultado mais negativo. “Nos outros anos, a inflação era mais baixa, mas em 2021 foi brutal. Levando isso em conta, não foi tão ruim quanto poderia ter sido”, diz o coordenador em entrevista para a Folhapress.

A inflação dos alimentos, segundo o INPC foi de 7,71%, em 2021. Calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o INPC monitora a variação de preços sobre as famílias com renda de até cinco salários-mínimos e é a base comumente usada nas negociações salariais.

Na média de 2021, somente 18,6% dos acordos e convenções fechados resultaram em aumentos maiores do que a inflação dos 12 meses anteriores ao da data-base. Em 2019, o último ano do pré-pandemia, quase metade das negociações terminou com ganho real para os trabalhadores.

Na análise das negociações coletivas, a mediana do reajuste ficou em 6,5%, porém 27,8 % a menos do que o INPC. Entre as atividades as melhores medianas foram para Comércio (7,6%), Indústria (7,6%), Construção Civil (7,5%), Agropecuária (6,2%), Serviços (5,5%). Todos porém ainda abaixo do INPC.

Por regiões a media das negociações coletivas foi de 7,6% para o Sul, 6,9% parta o Sudeste, 6% para o Norte e Centro-Oeste e 5% para o Nordeste.

 

Texto Emerson Medina com informações da Fipe

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