Verena conta que, em 2020, durante a pandemia de Covid-19, estudava para o vestibular da medicina em casa, em Indaiatuba (SP), mas queria uma atividade alternativa para distrair a cabeça diante da pressão para entrar na faculdade.
Cansada do conteúdo do Ensino Médio, decidiu se inscrever no treinamento da Nasa que havia visto na internet.
“Me passaram o cadastro para o software de caçar asteroides. Eles me começaram a me passar pacotes de imagens tiradas de um telescópio que fica no Havaí para eu analisar. Esse programa dá para achar vários corpos celestes, várias coisas no espaço, mas o que eu aprendi a detectar era asteroide mesmo. Tinha programação que eu fazia no software, jogava as imagens. Cada pacote de imagens era composto por quatro imagens tiradas em sequência lá do espaço”, explicou.
O software lançava imagens em sequência para ela. As estrelas, por exemplo, ficavam estáticas. Já os asteroides, moviam-se.
“Então, se eu via alguma coisa se movendo, eu fazia uma análise numérica daquele objeto e via se poderia ser um asteroide ou não. Isso gerava um relatório no próprio software, que era enviado para a Universidade de Harvard, que é o centro mundial que analisa esse tipo de coisa, e eles enviavam para a Nasa para ver se era mesmo um asteroide ou não”.
Nos relatórios dela, os números batiam com a margem do que poderiam ser asteroides. Depois, a Nasa confirmou que a estudante havia descoberto ao menos 25 corpos, sendo que um deles era considerado de grande importância para a agência espacial americana.
Por conta da descoberta há dois anos, foi premiada em Brasília em dezembro de 2021. Ela recebeu um troféu do coordenador do programa “Caça Asteroides”, da Nasa, e do ministro Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia e Inovações.
“Nunca que eu ia imaginar uma coisa dessas acontecendo na minha vida. Mesmo quando eu estava fazendo o treinamento, quando eu estava procurando, a gente nunca acha que vai dar certo assim do jeito que deu, ainda mais com esse asteroide importante. É muito mais do que eu imaginava”, contou.
A futura médica ainda não sabe quando vai poder nomear os corpos que descobriu. Porém, já informou que um dos asteroides receberá o nome da avó, Rochelle Paccola, uma das principais incentivadoras da estudante.
Fonte: g1