Governo do Amazonas investiga praias particulares em mansões construídas às margens do Rio Tarumã-Açu; FOTOS
Após a Justiça do Amazonas determinar a retirada dos flutuantes do Tarumã, em Manaus, as construções de praias particulares em mansões que ficam na orla da região também preocupam o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Tarumã-Açu. O g1 percorreu a área nesta quinta-feira (20) e constatou algumas das obras. O Governo do Amazonas disse que investigará as construções.
De acordo com o comitê da bacia, entidade que monitora o rio, são cerca de 20 mansões, que estão localizadas às margens de um local conhecido como “Laguinho do Tarumã”. Na região, existem diversas chácaras, balneários e residências particulares. São quase 23 km pela estrada, e quase 30 minutos de lancha para chegar à região.
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O presidente do comitê, Jadson Maciel Gilberto, explicou que as mansões nas margens da bacia aumentaram significativamente nos últimos anos, e que a construção delas pode se tornar um problema futuro.
“O comitê acompanha o crescimento das mansões nas margens desse espelho d’água, e isso tem nos preocupado bastante. As construções não param, são praias artificiais e até muros sobre a lâmina da bacia, isso é um risco para a navegação”, alertou o presidente.
Jadson disse ainda que as praias artificiais, sem um estudo de impacto ambiental, podem causar um grande problema para a fauna animal, por causa dos ciclos anuais de vazantes e cheias.

Irregularidade
Recentemente, o comitê da bacia do Tarumã flagrou uma retroescavadeira em uma área de leito do rio. No local, foram construídas contenções. O proprietário da mansão também fez a limpeza da área verde para a construção de acesso para lanchas.
As obras não tinham placas com as informações obrigatórias, como a indicação dos responsáveis. Conforme a legislação são vedadas construções no leito de rios. A lei também estabelece uma distância mínima de 15 metros.
Sobre a licença, o comitê explicou que as documentações são expedidas pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), já que a região corresponde a uma área de preservação ambiental (APA). E que qualquer obra precisa obrigatoriamente passar por um estudo de impacto ambiental.
Em resposta ao g1, o Ipaam informou que recebeu a denúncia, que deu início ao processo de investigação e enviará uma equipe para fiscalizar a área denunciada.
O g1 ainda não conseguiu contato com os responsáveis pelas mansões.