Manaus já é a 10ª cidade do Brasil que mais instalou painéis de energia solar em 2021
A tecnologia que no passado era vista como item para poucos, por conta do alto custo, hoje vem ganhando espaço e até prioridade quando a meta é reduzir custos. Manaus já ocupa a 10ª posição entre as capitais que mais instalaram painéis solares em 2021. A energia solar fotovoltaica está em alta e não é por acaso.
O Brasil enfrenta inflação nas alturas que reverbera no valor pago pela energia que chega em casa ou no trabalho.
Em Manaus, a situação não é diferente. A popularização da energia solar está fazendo com que a demanda pelas placas solares não seja exclusividade apenas dos públicos A e B.
A “matéria-prima” principal para esse sistema a capital do Amazonas tem de sobra: o sol de quase todos os dias e presente mesmo em meses que são de chuva.
O Portal Norte de Notícias buscou o mercado e conversou com empresas locais que atuam no segmento.
Janaína Chagas, proprietária da BRX Solar, ressalta benefícios viáveis a partir da energia limpa. Um deles é o fato de o consumidor deixar de ser refém da conta de luz. Prova disso é o cliente V.V. Refeições que fechou contrato com a BRX, onde foi construído uma Fazenda de Energia Solar com mais de 550 painéis, reduzindo 3,7 toneladas de CO2 por mês e uma economia mensal de mais de 20 mil reais.
Ela destaca que a procura por esse tipo de serviços tem crescido e surpreende.
“Na capital amazonense não seria diferente. A expectativa é de um aumento de mais de 65% em relação a 2020, mesmo em tempos de pandemia. As pessoas têm tido mais curiosidade de saber como funciona a energia solar, não só porque contribui com a preservação do meio ambiente, já que provém de uma energia limpa, mas por conta dos constantes aumentos da conta de luz”, diz a empresária.
Conta de luz de R$ 1 mil
Os valores de investimento em um sistema fotovoltaico variam bastante. Tudo depende do total de consumo que uma família ou uma empresa quer pagar.
Como exemplo, podemos citar uma família de que tem uma conta média mensal de R$ 1 mil. Nesse caso, o consumo fica em torno de 850kwh.
Para atender a essa demanda, um projeto com as placas solares e demais equipamentos e serviços custa em torno de R$ 33 mil.
“A economia anual chega próximo de R$ 11 mil. O projeto tem garantia de durabilidade de 25 anos de eficiência. Em geral, o valor do investimento do kit está entre 30 e 40 vezes o valor da conta mensal, por isso em até 3 anos o investimento se paga, mas a economia ao longo do consumo zerado por 25 anos equivale a 8 vezes o valor aplicado”, explica a empresária.
Conta de luz de R$ 550
Para quem tem uma conta média mensal de R$ 550, o que corresponde a 500kwh, o investimento é menor e fica em torno de R$ 22 mil.
O valor investido inclui elaboração do projeto, acompanhamento do processo junto à concessionária (entrada, vistoria, aprovação), aquisição de equipamentos e instalação final do sistema em um telhado.
Consumo
Vale atentar que o consumidor só deixará de pagar pela energia que consegue produzir e consumir. O que for consumido acima dos 850kwh tem de ser pago à concessionária de energia.
A empresária Janaina lembra que a instalação de um sistema de energia solar também resulta em valorização do imóvel.
Quanto aos benefícios e cuidados que as pessoas deve, ter na hora de adquirir a energia solar, ambos os empresários concordam em dizer que o principal benefício está em deixar de ser refém da conta de luz, pois a redução dos gastos chega a mais de 90%. Já em relação aos cuidados, não há dúvidas de que cada pessoa se certifique da credibilidade da empresa que oferece os serviços.
“Além de ser uma energia limpa, você consegue valorizar o seu imóvel em média 20% e é o investimento mais rentável e sem riscos que existe”, garante Janaína.
Vale fazer conta
O economista e professor Orígenes Martins lembra que assim como outros investimentos é necessário fazer contas antes de adquirir um sistema de energia solar.
Ele diz ainda que é um investimento que exige bastante cuidado ao ser adotado.
O cálculo do custo/benefício em geral leva em conta uma margem acima de 70% de economia na conta.
“No condomínio onde moro, por exemplo, contratamos a energia solar para a área comum. Com o financiamento pago, a economia mensal vai ser em média de R$ 10.000,00”, diz confiante.
No entanto, existem outros fatores que precisam ser levados em conta, pois o único fator que é quase uniforme são as placas que têm os fatores técnicos quase uniformes.
“Porém, o tipo de instalação e o modelo e marca do Inversor, pode fazer uma diferença bem grande”, ressalta Martins.
Ainda, segundo ele, a própria instalação, se não forem levadas em conta as variáveis como sombra e inclinação, pode diminuir ou aumentar a rentabilidade. É altamente importante a escolha da empresa que vai fazer o projeto, pois o preço por si só não pode ser a única referência.
“Quando o usuário ultrapassa a geração de energia em seu sistema, o mesmo pode inserir esta diferença no sistema público e ter uma remuneração ou um acúmulo de crédito por conta disso. Lembrando que, mesmo tendo energia solar em casa, o usuário paga taxas para a concessionária, como energia pública, por exemplo”, explica.
Números no Brasil
A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), entidade nacional sem fins lucrativos, reúne empresas de toda a cadeia de valor do setor solar fotovoltaico (FV) com operações no Brasil.
A entidade coordena, representa e defende os interesses de seus associados quanto ao desenvolvimento do mercado e do setor, promovendo e divulgando a energia solar fotovoltaica no País.
Todos os meses, a ABSOLAR analisa e consolida dados do setor e produz um infográfico com o cenário da energia solar FV no País.
Um dos dados importantes fornecidos pela associação foi que neste ano de 2021, o Brasil ultrapassou 6,6 GW instalados em energia fotovoltaica.
O Amazonas chega no ranking estadual em 24º e no municipal, Manaus chega em 10º lugar.
O dado surpreendente é que dos 10.429 MW de energia fotovoltaica instalada, 63% correspondem à geração distribuída, marcando uma tendência que se reafirma a cada mês, diferente do que ocorre em outros países latino-americanos onde grandes parques continuam dominando o mercado.
Esse marco permitiu ultrapassar a marca histórica de 10 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte solar fotovoltaica, considerando grandes usinas e pequenos e médios sistemas instalados em telhados, fachadas e terrenos.
Fonte: Portal Norte de Notícias
Foto: BRX Solar