“Não encontramos nada relevante”, afirma comandante da PM após revista em presídios de Manaus

Após uma operação de revista nas cinco unidades do sistema prisional de Manaus, na manhã desta quarta-feira (19), o comandante da Polícia Militar do Amazonas, coronel Vinicius Almeida, afirmou que, até o momento, nenhuma materialidade “relevante” foi encontrada nas dependências dos presídios da capital amazonense.

A afirmação foi feita no início da tarde desta quarta-feira (19) em coletiva de imprensa realizada no auditório do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), localizado no quilômetro 8 da BR-174.

“Nós estamos concluindo a revista em todas as unidades prisionais da capital e não encontramos nada relevante. A atividade de hoje é decorrente da ativação da operação Cerberus, e ela acontece uma vez que o sistema prisional detecte algum tipo de instabilidade.”

O Compaj foi escolhido para a coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (19). (Foto: Junio Matos/A CRÍTICA)

O Compaj foi escolhido para a coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (19). (Foto: Junio Matos/A CRÍTICA)

A operação aconteceu após a ocorrência de uma briga de dois internos nas dependências do Instituto Penal Antônio Trindade (IPAT) nesta terça-feira (18), a qual resultou na morte de um detento.

Transferência de presos

Segundo o secretário da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), coronel Paulo César, as investigações acerca do ocorrido nesta terça-feira (18) estão sendo realizadas pela Polícia Civil do Amazonas e a Corregedoria do Sistema Prisional do Estado.

E as ações desta quarta-feira (19), segundo ele, tiveram o intuito de impedir que ocorrências como mortes e rebeliões aconteçam em presídios da capital amazonense.

“Aqui é uma operação de rotina, todo ano é feito, não é a primeira vez e não será a última, isso é para o respaldo e resgate da dignidade humana dentro das unidades prisionais”, comentou ele.

Coronel Paulo César, titular da Seap, destacou o intuito preventivo da revista (Foto: Junio Matos/A CRÍTICA)

Coronel Paulo César, titular da Seap, destacou o intuito preventivo da revista (Foto: Junio Matos/A CRÍTICA)

“As pessoas privadas de liberdade podem tentar três momentos: a fuga, a morte e as rebeliões. O nosso trabalho é bem incisivo e nós não podemos deixar que isso ocorra”, disse ainda.

De acordo com ele, há atualmente 12 mil pessoas privadas de liberdade no sistema prisional do Amazonas. E após a ocorrência, há a possibilidade de que detentos sejam transferidos para unidades prisionais federais.

“Nós temos, sim, a possibilidade de passarmos um número significativo ao Governo Federal. Será um número expressivo de pessoas a serem encaminhadas aos presídios federais, tão logo terminem as ações aqui realizadas dentro do sistema.”

Apuração da Polícia Civil

De acordo com o adjunto do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), delegado Paulo Benelli, ainda nesta terça-feira (18), os detentos suspeitos de terem cometido o ato, que resultou na morte de um preso, foram encaminhados ao 19º Distrito Integrado de Polícia, em Manaus.

Paulo Benlli, adjunto do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Foto: Junio Matos/A CRÍTICA)

Paulo Benlli, adjunto do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Foto: Junio Matos/A CRÍTICA)

“Ontem mesmo aconteceu a condução de dois suspeitos para o 19° DIP, onde foi lavrado a prisão em flagrante de um suspeito. Existiu o crime, o indivíduo foi autuado em flagrante, ele será encaminhado para audiência de custódia hoje e as investigações serão prorrogadas por mais 30 dias.”

Ainda segundo o delegado, uma arma branca foi utilizada durante a briga. Após a confusão, o detento foi encaminhado para o Hospital Delphina Aziz, onde não resistiu aos ferimentos. “Inicialmente, a arma era artesanal. Não ingressou de fora do sistema prisional. Nós encaminhamos para um criminalista para termos uma base de detalhes sobre a arma utilizada”, finalizou ele.

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