Propaganda da Amazonas Energia gera reação de vereadores e deputados

A Câmara Municipal de Manaus (CMM) aprovou nesta segunda-feira (24), por unanimidade, uma moção de repúdio contra a Amazonas Energia por conta de um peça publicitária em que a empresa defende a instalação do Sistema de Medição Centralizada (SMC) e afirma que “quem é contra o equipamento é a favor do crime”, em referência ao desvio de energia elétrica. Esse caso já foi levado Ministério Público do Estado, na sexta-feira (21), pela  Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM).

Na propaganda, veiculada em TV aberta e na internet, a empresa afirma que o dispositivo “envia a medição precisa diariamente para a Amazonas Energia” e ainda informa que qualquer violação ao sistema é comunicado a concessionária, argumento usado para descrever possíveis benefícios do SMC, e acusar quem se opõe a instalação.

“O SMC trás grandes benefícios. Como impediremos furtos, você que é honesto vai pagar menos pela energia. Quem é contra o medidor é a favor do crime”, diz a propaganda.

Autor da proposta que aprovou a moção de repúdio, o vereador Sassá da Construção Civil (PT) pediu apoio da Casa para que a empresa seja denunciada e investigada pela propaganda que, segundo ele, deve ser retirada do ar. Na avaliação do parlamentar, a Amazonas Energia faz acusações graves não somente contra a população, mas as instituições que têm sido contra a instalação do dispositivo.

“Essa propaganda está chamando a população de criminosa, chamando a Câmara de Vereadores de criminosa, porque aprovou uma lei contra os medidores. Está chamando os deputados de criminosos e o Judiciário de criminoso também porque o Judiciário fez uma liminar em favor do povo”, disse o parlamentar que, ao final da sessão plenária, defendeu a realização de uma audiência pública para que a concessionária faça uma retratação.

Vários parlamentares se manifestaram contra a peça publicitária. O vereador Wallace Oliveira (Solidariedade) disse que a empresa extrapolou os limites. Já Elan Alencar (DC) pediu para que a moção fosse extendida para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), pedido esse que não foi acatado por inviabilidade do regimento interno, uma vez que a votação já havia sido deliberada.

“É muito preocupante quando alguns limites são extrapolados, quando uma empresa do porte da Amazonas Energia não pode ter alguém que gerencie suas mídias com esse tipo de mensagem. É inadmissível”, declarou Wallace.
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