Rebecca Garcia descarta participação na eleição geral de 2022

A ex-deputada federal Rebecca Garcia descartou, nesta quarta-feira (1º/9), uma candidatura a cargo público nas eleições do próximo ano. Ela justificou a ausência no pleito para seguir focada na direção dos negócios da família e de uma iniciativa própria na área da bioeconomia.

“Estou muito feliz e empolgada com essa iniciativa, na empresa Symbiose, que trabalha com biocosméticos e está caminhando muito bem”, revelou Rebecca.

Para explicar a ausência nas últimas eleições, Rebecca lembrou que teve um problema de trombose e ficou afastada da linha de frente da campanha na qual ficou ao lado do ex-governador Amazonino Mendes (sem partido).

“Por conta da doença, tomava anticoagulantes e não poderia fazer viagens, entrar em aviões. Era um risco, então fiz a campanha no escritório”, lembrou.

Questionada sobre a saída do Progressistas (PP), partido que tem o comando de sua família desde a criação, principalmente do pai, o ex-vice-governador Francisco Garcia. Rebecca disse que para um empresário estar filiado a um partido, é necessário ter ciência da “gama de problemas” que a decisão acompanha e, por isso, decidiu dar um tempo e não ‘namora’ nenhum outro partido para ingressar.

“A política está na pele, é minha vida, gosto muito de falar de política, da fofoca da política, mas para mim é um problema”, garantiu. “Para você ter uma ideia, há bancos que não aceitam a abertura de conta para um filiado porque começa a desconfiar da origem dos recursos”, completou.

De fora, mas observando…

Apesar de afirmar peremptoriamente que está fora da eleição de 2022, Rebecca Garcia alertou que a polarização existente na política atual é algo preocupante e vai causar um forte estresse para quem estiver na disputa.

“Essa polarização chegou a um nível sem precedentes. Quando eu era da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, o debate era quente, havia pessoas de direita defendendo algo, gente de esquerda defendendo o oposto, mas no final da noite estávamos todos jantando juntos, de maneira civilizada”, lembrou Rebecca, que foi deputada por duas legislaturas (2007-2014).

A ex-parlamentar também lembrou do período em que foi superintendente da Suframa e criticou a ocupação de cargos técnicos na autarquia por militares como acontece desde o início da gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ela lembrou que ao ser indicada não conhecia os quadros da Suframa, mas logo percebeu a capacidade técnica deles, sobretudo na área tributária, e que os comandou na confecção do primeiro Plano Diretor Industrial da Suframa.

“Foi um trabalho muito bom, que nos permitiu, por exemplo, vislumbrar oportunidades industriais que não se chocariam com interesses de outros Estados mais poderosos”, afirmou, destacando que tais oportunidades eram em segmentos como o de medicamentos e de alimentos e bebidas.

Rebecca citou especificamente um projeto que foi costurado por ela para que a Nestlé implantasse em Manaus uma fábrica de máquinas de café expresso.

“Eles só produziam essas máquinas numa fábrica na Hungria, mas estavam com dificuldades com a mão de obra que estava envelhecendo”, explicou. “Ninguém fabricava isso no Brasil, então costuramos um acordo que, infelizmente, não chegou ao fim porque saí da Suframa e também houve a instabilidade política no governo do Estado, com a saída do governador José Melo”, lembrou.

 

Fonte:

Texto: Gerson Severo Dantas

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