Secretário vê situação de guerra e quer hospital de campanha na Terra Yanomami

“É uma operação de guerra”. É assim que o secretário de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, classifica o atendimento que tem sido feito a indígenas doentes que precisam de socorro urgente dentro da Terra Yanomami.

Tapeba está na região de Surucucu e, neste domingo (22), acompanhou de perto o resgate de Yanomami com quadro grave de desnutrição em uma comunidade dominada pelo garimpo – a atividade ilegal é a principal causa da crise sanitária no território.

Ao se deparar com o cenário de dezenas de indígenas debilitados, Weibe Tapeba afirmou em rápida entrevista ao g1, nesta segunda-feira (23), que tem a impressão de que os indígenas foram abandonados: “A sensação é que o estado brasileiro virou as costas para o território”.

“Fizemos o resgate de pelo menos 16 pacientes Yanomami com quadro de desnutrição muito avançada [em uma das comunidades]. É uma operação de guerra, o território está totalmente ocupado, uma grande área do território está ocupada por garimpeiros”, disse.

“São mais de 20 mil garimpeiros, e são 30 mil Yanomami. A sensação que eu tenho é que o estado brasileiro estava de costa para esse território, para o povo Yanomami.”

O resgate dos 16 Yanomami – maioria crianças extremamente desnutridas – ocorreu com apoio da Força Aérea Brasileira e do Exército.

Eles foram levados para o polo base de Surucucu, que é uma unidade considerada de referência na região, mas que se resume a um barracão de madeira de chão batido e com estrutura precária.

🗞Redação: Portal OnTime

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