Taxa de juros em 13,75% pode falir emprendedores do Amazonas, avalia setor comercial
Entidades do setor comercial do Amazonas temem que a demora do Banco Central (BC) para reduzir a taxa de juros, a longo prazo, provoque demissão, desabastecimento e até falência de empreendimentos locais.
Nesta quarta-feira, o BC anunciou a manutenção pela quinta vez seguida da taxa Selic em 13,75%. O aumento dos juros é usado como artifício monetário para baixar a inflação em um cenário de demanda descontrolada a fim de evitar escassez.
como ocorreu no período da pandemia. Ele defende um patamar de juros em 6%.
“Aí falam o seguinte: ‘vamos baixar a taxa e eles vão consumir mais e vai gerar falta de produto. É muito melhor investir nas indústrias com elas produzindo mais e empregando mais e a economia rodar do que puxar o freio de mão que gera demissão”, adicionou.
No setor industrial a manutenção da taxa foi vista com distanciamento. O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), empresário Nelson Azevedo disse que o fantasma da queda das vendas no comércio assustas, mas que neste momento o Polo Industrial de Manaus (PIM) está em plena recuperação das perdas geradas na pandemia, mas adverte que os juros podem atrapalhar a produção.
“Com certeza se reduzisse melhoraria muito mais e a economia teria outra dinâmica. Melhoraria o consumo porque para você comprar algo a prazo tudo incidem juros e logicamente inflação e juros contribuem para que tenhamos um produto mais caro. Mas graças a Deus aqui na Zona Franca de Manaus estamos vivendo um momento bom. Não estamos crescendo, mas estamos conseguindo recuperar as perdas grandes”, analisou o empresário.
Nesta quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um dia após o anúncio da manutenção da taxa Selic, disse que não tem explicação para “nenhum ser humano” no planeta Terra o atual patamar de juros no Brasil.
“Eu digo todo dia, não tem explicação para nenhum ser humano, no planeta Terra, a taxa de juros no Brasil estar a 13,75%. Não existe explicação, então, como presidente da República, eu não posso ficar discutindo cada relatório do Copom. Não posso. Eles paguem o preço pelo que estão fazendo”, disse o presidente.