CPI ouve auditor do TCU que acusa Planalto de editar relatório sobre mortes

O auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, declarou que o relatório sobre o número de mortes por Covid-19 em 2020, feito por ele em julho deste ano, foi alterado ao chegar nas mãos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Esta declaração foi dada pelo servidor a Corte de Contas do órgão, onde ele responde um processo administrativo.

Alexandre será ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid sobre este caso nesta terça-feira (17).

“Ele praticamente diz que o presidente falsificou os dados do relatório. Vamos ouvi-lo para tirar essa história a limpo, pois foi grave e teve muita repercussão a declaração do presidente”, disse o senador Omar Aziz (PSD), que preside a comissão.

Em conversa com apoiadores no dia 7 de junho, o presidente afirmou que um relatório do TCU apontava que o número de mortes por Covid havia sido cerca de metade do registrado pelos governadores de Estados, que inflacionavam este número para ter acesso a mais recursos do Governo Federal. O TCU negou que o relatório fosse verídico, afastou Alexandre do caso e abriu um processo administrativo contra ele na corregedoria.

Foi no âmbito deste processo que Alexandre afirmou, no dia 28 de junho, que os dados foram editados ao chegar ao Palácio do Planalto. Contou ainda que o documento foi enviado ao presidente pelo próprio pai, o coronel da reserva do Exército Ricardo Silva Marques, que foi colega de turma de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).

“Quando eu vi o pronunciamento do presidente Bolsonaro, eu fiquei totalmente indignado, porque achei de uma total irresponsabilidade o mandatário da nação sair falando que o tribunal tinha um relatório publicado, que mais da metade das mortes por Covid não era por Covid. Eu achei uma afronta a tudo que a gente sabe que acontece, a todas as informações públicas, à ciência”, disse o auditor do TCU em depoimento prestado na Corregedoria do órgão.

 

Fonte:

Texto: Gerson Severo Dantas, com informações do portal Metrópoles

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