Prefeito e primeira-dama de Borba estão foragidos após operação contra desvio milionário

Com mandados de prisão expedidos pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), o prefeito de Borba (a 150 quilômetros de Manaus) Simão Peixoto e a primeira-dama, Aldine Mirella de Souza, estão foragidos. Eles e mais nove pessoas, entre familiares, servidores públicos e empresários, foram alvos da Operação ‘Garrote’ do Grupo de Atuação Especial de Repressão do Crime Organizado (Gaeco), na terça-feira (24).

A reportagem teve acesso aos Boletins de Ocorrência da Polícia Civil que registraram no 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP) a prisão de 9 dos 11 suspeitos de integrarem uma organização criminosa que teria desviado pelo menos R$ 29 milhões em recursos públicos no município de Borba. Não constam no registro as prisões do prefeito e da primeira-dama.

Até o momento a cunhada de Simão, Aldonira Rolim de Assis (40), as sobrinhas dele Keliany de Assis Lima (19) e Kaline de Assis Lima (21) e o enteado Adan de Freitas da Silva (20) já foram presos em cumprimento aos mandados de prisão autorizados pelo desembargador João de Jesus Abdala Simões. Todas as prisões dos familiares do prefeito de Borba foram feitos em endereços localizados em Manaus.

Também foram registradas as prisões dos sócios do Mercadinho Du Primo, Edival das Graças Guedes (63) e Ione Azevedo Guedes (45), da prestadora de serviços da prefeitura Maria Suely da Silva Mendonça (52), da secretária de finanças Michele de Sá Dias (45) e do pregoeiro Kleber Reis Mattos (57). Ainda ontem, os suspeitos participaram das audiências de custódia e realizaram exame de corpo de delito.

Questionada sobre a prisão do prefeito, a assessoria do MP-AM disse que ainda não tem confirmação. A assessoria da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) disse que “até o momento as prisões estão a cargo da polícia judiciária”. No âmbito do Judiciário, o processo está sob segredo de Justiça absoluto.

A reportagem entrou em contato com a advogada do prefeito, Gina Moraes. Questionada se Simão ainda estava em liberdade, respondeu: as medidas judiciais estão sendo cumpridas”. Perguntada a previsão para que ele se apresente a Justiça, ela ainda não respondeu.

A Operação ‘Garrote’ aponta indícios de um esquema de fraude em procedimentos licitatórios em pelo menos 13 contratos da gestão municipal, onde o principal beneficiário seria o prefeito.

Conforme as investigações preliminares, agentes públicos simulavam uma licitação direcionada para que os empresários participantes do esquema ganhassem o contrato e transferisse para parentes de Simão Peixoto os recursos públicos logo após o pagamento feito pela prefeitura.

Os suspeitos são investigados por fraude em licitação, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva. São 11 mandados de prisão preventiva, 28 mandados de busca domiciliar, 28 mandados de busca pessoal e 28 mandados de busca veicular.

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