Relator diz que Barros é ‘comandante de roubalheira’ e deve ser ‘exemplarmente punido’; deputado diz que não há nada contra ele

Relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou nesta terça-feira (31) que o líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), “é o comandante de um dos maiores esquemas de roubalheira que assaltaram o Ministério da Saúde”.

Em nota, após a declaração de Renan, Barros afirmou que a CPI não encontrou e não vai encontrar nada contra ele e que sua atuação é ilibada (veja a íntegra da nota mais abaixo).

Barros passou a ser formalmente investigado pela comissão no último dia 18 – segundo Renan, em função dos “óbvios indícios” de sua participação na venda de vacinas ao governo brasileiro por meio de intermediários. Há suspeitas envolvendo o nome do líder nos processos das vacinas Covaxin e Convidecia – após indícios de irregularidades, a compra dos imunizantes acabou descartada.

“Nós estamos avaliando que o deputado Ricardo Barros é o comandante de um dos maiores esquemas de roubalheira que assaltou, entre outros órgãos públicos, o Ministério da Saúde. Isso está tudo evidentemente comprovado. Agora pelo FIB Bank, pela sua relação com o Roberto Ferreira Dias, pela maneira com que eles roubavam, publicavam arquitetura do próprio roubo. Isso é uma coisa inédita na própria história da corrupção”, afirmou Renan.

O relator disse ainda que Barros exerce um “papel lamentável” na vida nacional e “precisa ser exemplarmente punido por tudo isso”.

“Senador Renan e a CPI não têm nada contra mim e não terão. Minha conduta é ilibada. Entendo o desespero de não terem concretude nas suas acusações. Só querem atacar o governo do qual sou líder. Enganar o STF não resolve a falta de consistência da CPI. Só causam danos ao Brasil”, afirmou o líder do governo.

Barros entrou na mira da CPI depois que o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, revelaram indícios de irregularidades aquisição da vacina indiana Covaxin, contratada por intermédio da empresa Precisa Medicamentos.

De acordo com relatos dos Miranda à comissão, Bolsonaro citou o nome de Barros ao ser informado sobre as suspeitas em relação à compra da vacina.

Os senadores apuram, ainda, se o então diretor do Departamento de Logística Roberto Ferreira Dias, responsável por avalizar o contrato, tentou beneficiar a Precisa e se ele teria relação com Barros. A CPI apura ainda se o FIB Bank, empresa fiadora do contrato, tem como sócio oculto um dos melhores amigos do parlamentar.

Fonte: G1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

%d blogueiros gostam disto: