Anticorpos são detectáveis em 99,8% dos vacinados com CoronaVac
Dados preliminares dos seis meses da pesquisa CovacManaus, realizada pela Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA), apontam que, entre os vacinados, 91% apresentaram anticorpos detectáveis após a 1ª dose e 99,8% após a 2ª dose.
A pesquisa também revela que somente 2,6% tiveram infecções confirmadas por Covid-19 e um óbito foi registrado. Entre as principais comorbidades estão a obesidade (72%) e a diabetes (54%).
Para a equipe de pesquisadores, os dados avaliados são positivos e reforçam a importância de a população continuar se vacinando. Durante a pesquisa foram vacinadas 5.087 pessoas com a primeira dose e 5.071 com a segunda dose.
“Mesmo com uma queda na transmissão da Covid-19 em Manaus, é importante lembrar que a população vacinada no estudo é de pessoas que apresentam comorbidades, portanto esperávamos uma quantidade maior de infectados, hospitalizados e óbitos, entre esses mais de 5 mil participantes”, destacou o coordenador do estudo, Marcus Lacerda.
Após os seis primeiros meses de acompanhamento, o estudo entra na fase de monitoramento. “É de extrema importância que cada participante compareça para fazer a coleta de exames, conforme agendamento realizado pelo nosso call center, para que possamos ter o entendimento da necessidade, por exemplo, de um reforço dessa vacina”, disse o coordenador.
De acordo com a nota técnica 27/2021, do Ministério da Saúde, idosos e imunossuprimidos demonstram maior vulnerabilidade à Covid-19, mesmo após a vacinação completa. A CovacManaus está desenvolvendo parcerias para promover o reforço vacinal dos participantes e seguir com o acompanhamento.
Os dados apresentados serão submetidos à publicação científica. As etapas de recrutamento e vacinação estão encerradas. O estudo está em fase de acompanhamento.
O objetivo principal do estudo é identificar se a aplicação da vacina em pessoas com comorbidades terá impacto na prevenção das formas graves da Covid-19, em Manaus. A pesquisa é coordenada pela médica infectologista da FMT-HVD e Pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da UEA, Maria Paula Mourão e pelo médico infectologista da FMT-HVD e especialista em saúde pública da Fiocruz-Amazônia, Marcus Lacerda.
O estudo, que iniciou em março de 2021, aplicou 10.158 doses da vacina CoronaVac, doadas pelo Instituto Butantan. Participam do estudo trabalhadores da educação da rede pública e privada, da Secretaria de Segurança Pública (Polícias Militar e Civil, Detran e Corpo de Bombeiros), e trabalhadores terceirizados da UEA, Seduc e Semed, com idades entre 18 e 49 anos, que atuam em Manaus.
O estudo conta com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam); doação das vacinas pelo Instituto Butantan; e parceria da UEA, das secretarias estaduais de Saúde (SES-AM), de Educação e Desporto (Seduc) e de Segurança Pública (SSP-AM), da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP, do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) e da Prefeitura de Manaus.
Números
As principais comorbidades entre os vacinados, em que uma pessoa pode apresentar uma ou mais comorbidades, estão obesidade (72%), diabetes (54%), Hipertensão Arterial (HAS) (36%) e imunossuprimidos (27%).
Em relação aos casos de Covid-19 entre os vacinados, 2,6% apresentaram infecções confirmadas, 0,1% hospitalizações, 0,04% admissões em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 0,02% óbito por Covid-19.
Fonte: Com informações da assessoria