EUA autorizam 3ª dose da vacina contra Covid para transplantados

A agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) autorizou na noite de quinta-feira (12) a aplicação de uma terceira dose das vacinas contra a Covid-19 da Pfizer e da Moderna em pessoas imunossuprimidas e que receberam transplantes de órgãos.

A FDA fez questão de destacar que “outras pessoas que estão totalmente vacinadas estão adequadamente protegidas e não precisam de uma dose adicional da vacina contra a Covid-19 neste momento”.

“Após uma revisão exaustiva dos dados disponíveis, a FDA determinou que este pequeno e vulnerável grupo pode se beneficiar de uma terceira dose das vacinas da Pfizer/BioNTech ou da Moderna”, informou Janet Woodcock, que comanda a agência atualmente.

“O país entrou em uma nova onda da pandemia da Covid-19, e a FDA tem conhecimento de que pessoas imunocomprometidas correm maior risco de sofrerem infecções severas”, afirmou Woodcock, ressaltando que este grupo “precisa de proteção extra contra a Covid-19”.

Israel, que já administrou a dose extra em imunossuprimidos, está reforçando a imunização em pessoas com 50 anos ou mais. O “garoto propaganda” da medida foi o presidente israelense, Isaac Herzog, que recebeu a vacina da Pfizer.

No Chile, adultos com mais de 55 anos podem tomar a terceira dose desde quarta-feira (11). O reforço está disponível apenas para quem foi vacinado antes de 31 de março com as duas doses da CoronaVac.

Mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) é contra a medida e pediu a interrupção da aplicação de doses de reforço, defendendo que o foco mundial deveria ser acelerar a vacinação nos países pobres.

As duas vacinas são aplicadas em duas doses, com regimes diferentes: a da Pfizer é administrada com três semanas de intervalo e a da Moderna, com um mês. A da Pfizer tem uso emergencial autorizado em pessoas a partir de 12 anos nos EUA, e a da Moderna, para quem tem 18 anos ou mais.

A recomendação da FDA é que a terceira dose seja aplicada ao menos 28 dias após o esquema vacinal tradicional. Ela é válida para pessoas que receberam órgãos transplantados ou foram diagnosticadas com doenças que reduzam a resposta do sistema imunológico.

A agência americana diz que pessoas imunocomprometidas “têm uma capacidade reduzida de combater infecções e outras doenças e são especialmente vulneráveis a infecções, incluindo a Covid-19”, e que a terceira dose “pode aumentar a proteção nessa população”.

A Covid-19 já matou mais de 4,3 milhões de pessoas e infectou mais de 205 milhões em todo o mundo. Terceiro país mais populoso do mundo, com 331 milhões de habitantes, os EUA são o país com mais óbitos (619 mil) e casos confirmados da doença (36,3 milhões).

No Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já autorizou estudos de terceira dose de duas vacinas no país: Pfizer e AstraZeneca. A agência esclareceu em julho que “ainda não há estudos conclusivos sobre a necessidade” de mais uma aplicação dos imunizantes disponíveis no Brasil.

Sobre os estudos de terceira dose no Brasil:

  • Pfizer: investiga os efeitos, a segurança e o benefício de uma dose de reforço da sua vacina, a Comirnaty. O imunizante extra será aplicado em pessoas que tomaram as duas doses completas há pelo menos seis meses.
  • AstraZeneca (nova versão): a farmacêutica desenvolveu uma nova versão da vacina que está em uso no país, buscando proteção contra a variante beta. Parte do ensaio clínico prevê que uma dose da nova versão da vacina (AZD2816) seja aplicada em pessoas que receberam as duas doses da versão atual da AstraZeneca (AZD1222).
  • AstraZeneca (usada no país): avalia a segurança, a eficácia e a imunogenicidade de uma terceira dose da versão original da vacina da AstraZeneca (AZD1222) em participantes do estudo inicial que já haviam recebido as duas doses do imunizante, com um intervalo de quatro semanas entre as aplicações.

 

Fonte: G1

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