Coluna: O Jogo Político entre concorrer, ser figurante e ter o nome nas urnas. Por Davidson Cavalcante

Coluna Política – Davidson Cavalcante
O JOGO POLÍTICO ENTRE CONCORRER, SER FIGURANTE, E TER O NOME NAS URNAS.

As movimentações para a eleição de 2024 estão de vento em popa. Com muitos postulantes, quem se movimenta agora é a deputada estadual Alessandra Campelo que assumiu recentemente a direção estadual do Podemos, ensaiando uma possível candidatura a Prefeitura de Manaus em 2024.

Campelo é sem dúvida uma política experiente, com envergadura e condições plausíveis para a empreitada. Tem grande viés progressista em seus mandatos legislativos com trabalho relevante em prol das mulheres, crianças, PCDs e outras minorias. Foi secretária de Estado de Assistência Social e também secretária de Estado de Esporte e Lazer, pastas com grande alcance e relevância comunitária.

No entanto, pesa contra a candidatura de Alessandra o personalismo exacerbado. Não existe próximo dela, espaço para outros que tentam somar, são todos ofuscados. Os mandatos e as secretarias onde foi titular, sempre estiveram nas mãos de assessores mais próximos que, consciente ou inconscientemente, funcionam como a famosa “cerca de jurubeba”, cheia de espinhos impedindo qualquer aproximação. Para que não se diga que nunca ajudou ninguém, Alessandra deu um “empurrãozinho” no irmão Allan Campelo, eleito vereador em 2020. Tudo em família!

No contexto de uma eleição municipal majoritária, ganha quem consegue aglutinar mais apoiadores. Alessandra se quiser viabilizar a candidatura, tendo verdadeiramente intenção “dos veras” de concorrer, e não somente por o nome na urna, precisa mudar essa postura.

É normal vereadores e deputados estaduais se elegerem com apoio de um grupo diminuto, vez que são muitas vagas. Numa eleição majoritária a estratégia é outra. Não que a deputada desconheça esse jogo, mas entre a teoria e a prática há uma distância colossal.

Ademais, quem começa a se movimentar agora, começa em desvantagem. Afinal, a eleição de 2024 iniciou com o fim da eleição de 2022, isso não é força de expressão. Não há tempo a perder, cabe agora a candidata e a sua assessoria fidedigna, fazer as costuras necessárias para tentar potencializar a candidatura e se tornar uma “player” relevante na disputa eleitoral que se aproxima. Ou, será mais uma a ser figurante no processo, e assim como entra, pode rapidamente sair. Subestimar o eleitor da capital, apelando para o falta de capitação cognitiva, ou o mínimo de leitura política, tem feito alguns candidatos saírem mutilados do processo. Eleição majoritária, como essa para prefeitura, é outro jogo, necessitando de estratégias mais elaboradas, minimamente inteligentes.

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