Cerrado é fundamental para evitar racionamento de água e energia no Brasil
O Cerrado é insubstituível para a distribuição de água no Brasil. Ele funciona como um guarda-chuva: por ter o solo mais alto, a água é drenada e distribuída para 8 das 12 bacias importantes para o consumo de água e geração de energia no país. A falta de chuva no bioma influencia na seca do Pantanal, no Rio São Francisco e até em Itaipu, uma das hidrelétricas do país, abastecida pela bacia do Rio Paraná.
Na região da bacia do Rio Paraná, que abastece Itaipu, o Cerrado responde por quase 50% de toda a vazão. As regiões do São Francisco, do Parnaíba e do Paraguai – esta última ligada ao Pantanal – têm uma dependência hidrológica ainda maior: o bioma é responsável por aproximadamente 94%, 105% e 135%, respectivamente, de toda a vazão.
Alguns desses índices são superiores a 100% porque incluem também a precipitação que chega ao solo, mas que depois evapora devido ao sol e às formações geográficas. Esses dados são resultado de pesquisa feita por Jorge Werneck, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e diretor da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa).
É por isso que, se não chove no Cerrado, o país inteiro sente. O Pantanal vive a maior seca dos últimos 50 anos, e os motivos exatos ainda são investigados. Mas a seca existe, e, para resolvê-la, é preciso que chova nos dois biomas.
De acordo com o climatologista, a chuva precisa chegar no Cerrado e nas regiões afetadas. O Centro-Oeste é fundamental para o abastecimento de água e, consequentemente, para as cidades, para a agricultura e para a geração de energia. Chover é necessidade urgente para evitar um racionamento maior.
Segundo Marengo, os reservatórios estão com água abaixo da média. No caso da bacia do Paraguai, os índices estão ainda mais baixos que durante o ano passado. “Se não tem chuva no Centro-Oeste, você vai ter menos chuva no Rio São Francisco e acaba tendo menos chuva também na bacia do rio Paraguai e na bacia do Rio Paraná”.
Fonte: G1