Voos nacionais podem ter 100% de ocupação e alta de preços no fim do ano

O secretário nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann, disse aos integrantes da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados que espera a recuperação total da ocupação dos voos nacionais entre dezembro e janeiro – atualmente, o movimento equivale a 80% do verificado antes da pandemia. Mas o aumento da ocupação, segundo ele, deverá vir acompanhado de alta das passagens.

A audiência pública foi marcada, na última sexta-feira (20), para discutir uma possível compra da Latam pela Azul, porém as autoridades do governo afirmaram que as empresas ainda não sinalizaram nada neste sentido.

Glanzmann informou que a Latam tem afirmado publicamente que não está à venda, embora a Azul, de acordo com ele, diga que está interessada na compra. O representante da Agência Nacional de Aviação Civil, Sérgio Leitão, ressaltou que a Anac não precisa mais analisar fusões e aquisições de maneira prévia desde 2019, quando foi aprovada lei que liberou o uso de capital estrangeiro nessas situações.

O coordenador do Departamento de Estudos Econômicos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Ricardo de Castro, explicou que o órgão examina, de maneira prévia, os efeitos para a concorrência desse tipo de mudança, mas também afirmou que ainda não é o caso. Ele informou que Gol, Latam e Azul têm, cada uma, pouco mais de 30% do mercado brasileiro. E, que entre 1994 e 2017, o Cade analisou 99 mudanças societárias na aviação civil, aprovando 68% delas.

Tarifas para voos

Sobre as tarifas, Ronei Glanzmann disse que os valores já estão bem maiores por causa da alta do dólar e dos combustíveis. Ele acrescentou que a demanda deve aumentar. “Como ninguém está podendo voar para fora, o turismo nacional está aquecido. Na alta temporada, isso potencializa. A família que ia para Miami, agora está indo para Maceió, Fortaleza, Jericoacoara. A gente deve ter, de fato, uma retomada de preços. Importante o passageiro ficar atento no seu processo de compra e antecipação de aquisição das suas viagens de alta temporada, principalmente”, disse.

O secretário explicou que a média das tarifas durante a pandemia chegou a R$ 350, o que seria um piso histórico. No entanto, o deputado Eduardo Bismarck (PDT-CE), que solicitou a audiência, afirmou que está havendo um exagero agora nas cobranças.

“Hoje se encontra passagem Brasília-Fortaleza, só uma perna, a R$ 2 mil para viagens daqui a 15 dias. É um valor exorbitante para o cidadão comum, mais do que um salário mínimo. E dificilmente encontrará abaixo de R$ 1 mil”, citou.

Aviação regional

O parlamentar pediu mais esforço do governo no incentivo à aviação regional com aviões de pequeno porte.

Glanzmann respondeu que o Executivo já investiu R$ 2,5 bilhões no setor. Ele também disse que defende a volta da isenção de Imposto de Renda para o leasing de aeronaves. E concordou com os deputados da comissão sobre a necessidade de manutenção da isenção de IPI e de Imposto de Importação para peças de aeronaves, o que pode ser modificado pelo projeto da segunda fase da reforma tributária (PL 2337/21).

 

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Com informações da Agência Câmara de Notícias

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