Coluna: Ansiedade nas redes; Por Felippe Sousa

Você já parou pra pensar em como usa o seu celular?

Embora seja uma tecnologia relativamente nova, hoje o celular é como uma extensão de nosso corpo, o que em modos cartesianos podemos chamar de, “res extensa”. Praticamente não vivemos sem ele, ficamos desesperados quando estamos sem, quando estamos ficando sem bateria ou até quando estamos sem internet. Outro evento que é importante para nos percebermos, é quando um aplicativo, como o WhatsApp ou Instagram, fica fora do ar. Ficamos impacientes, na ânsia que volte logo para nos conectar. Mas conectar com quem ou o que afinal?

É bem verdade que essas novas tecnologias eletrônicas têm nos facilitado muito a vida, desde nos relacionarmos com pessoas que tanto gostamos, mas que estão distantes, até nos promover e encontrar um meio de trabalho através delas. No meio desse caminho, encontramos o uso dessas tecnologias para situações diversas, como ferramenta para aquisição de informações. É perfeitamente possível, por exemplo, encontrar receitas culinárias, manual de como consertar ou configurar um equipamento, fazer um curso sobre um tema de interesse, entre tantas outras utilidades. As informações que podem ser adquiridas através do uso da Internet são infinitas.

No entanto, o que mais consumimos desenfreadamente são as Redes Sociais. Passamos o dia “rolando” a tela do celular, sendo expectadores de vidas alheias que compartilham fragmentos de suas existências. Tendemos a consumir, em termos de conteúdo dessas redes sociais, conteúdos que remetem a vidas que gostaríamos de ter. As redes sociais são, também, uma fuga. É encantador uma ferramenta viabilizar nos conectar com o mundo todo (talvez por ter nascido numa cidadezinha de interior e de menor acesso a tecnologia num primeiro momento, sempre achei fascinante a possibilidade de saber de um evento quase que simultâneo acontecendo em qualquer outro lugar do planeta, pois o acesso era muito limitado), e percepção que talvez seja das gerações mais antigas, pois as novas gerações já nascem nesse contexto de fluidez de informações, mas que por direcionamento de forças maiores, nós acabamos que por capturados por essas tecnologias.

Pode parecer estranho para uns e comum para outros, mas existe uma série de profissionais que arquitetam cada detalhezinho nesses aplicativos de Redes Sociais para que cada vez mais nós estejamos consumindo. A forma como temos acesso, a facilidade, o tempo cada vez mais curto de um vídeo, os textos cada vez menores, com limitação de caracteres para redigir. Tudo isso feito para capturar nossa atenção e cientes de que não se pode demorar em transmitir a informação, pois podemos dispersar. É assim que ficamos refém dessas empresas.

Por outro lado, o celular virou uma necessidade nossa. Em momentos de alegria, nos ajuda a compartilhar com aqueles que gostamos o que estamos vivendo. Nos momentos de tristeza ou desprazer, ficamos caçando conteúdos aleatórios a fim de nos ocuparmos com isso e minimizar o desconforto. Ah! isso tem função neurológica, tá? Esse uso frequente do celular leva a liberação de dopamina, e por isso passamos horas e horas “rolando” a tela do celular sem se dar conta. É satisfatório. E é aí que acaba surgindo alguns problemas.

Esse uso demasiado do celular pode gerar dependência, ansiedade entre outros comportamentos que problemáticos no convívio social. Por isso, se perceber que isso está o afetando, não normalize, busque ajuda de um profissional.
E você, está fazendo bom uso do seu celular?

Felippe Sousa é Psicólogo Clínico (CRP20/12.182.), formado em Psicologia pela PUC Minas e Pós-Graduando em Psicologia Clínica.

Atende presencialmente em Manaus, AM e on-line para todo o Brasil.
Contato: Tel/WhatsApp: 92 982563542
@felippepsico

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