Mãe conta que irmãos perdidos na floresta sobreviveram por comer fruta típica da Amazônia
A mãe dos meninos de 7 e 9 anos que passaram 27 dias perdidos na floresta em Manicoré, distante 390 quilômetros de Manaus, contou que as crianças não ficaram sem se alimentar durante no período em que ficaram desaparecidas. Em entrevista à Rede Amazônica, nesta quinta-feira (17), a agricultora Rosinete da Silva Carvalho revelou os meninos sobreviveram porque comeram uma frutinha chamada sorva, típica da região amazônica.
Januário Carneiro da Cunha Neto, coordenador distrital do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), explicou ainda que as crianças foram encontradas entre a comunidade Nossa Senhora de Fátima e a comunidade Palmeira, onde moram. A distância percorrida pelos meninos foi de cerca de 35 quilômetros. A região é de difícil acesso.
As crianças foram localizadas na terça-feira (15), apresentando um quadro grave de desnutrição e escoriações na pele.
Os irmãos Glaucon e Gleison foram transferidos para o Hospital e Pronto-Socorro da Criança, localizado na Avenida Brasil, bairro Compensa, Zona Oeste de Manaus, na manhã desta quinta-feira. Eles foram transportados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea, da Secretaria de Saúde e chegaram por volta das 11h em Manaus. O pouso aconteceu no terminal 2 do Aeroporto Eduardo Gomes.
Segundo o pediatra Eugênio Tavares, responsável pelo acompanhamento das crianças em Manaus, os garotos fizeram coleta para exames e transição da alimentação.
A princípio, as crianças não precisarão ser internadas em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e receberão atendimento em uma sala de enfermaria especial.
A transferência foi autorizada após uma decisão do Ministério Público do Amazonas, que expediu um ofício em que exigia que os dois fossem examinados por um especialista em até quatro horas. Caso não fosse possível, a Justiça determinou a transferência para Manaus.
Os promotores consideraram que diante do quadro grave de saúde, os irmãos precisavam de atendimento especializado o mais rápido possível.
Fonte: g1