Vitão raspou a cabeça e jogou cabelo no mar como sacrifício: “Me senti vivo de novo”
“Pode chamar de Victor”. É dessa maneira que o cantor de 23 anos, mais conhecido como Vitão, explica como prefere ser citado durante a nossa entrevista no Lab de Estilo GQ, acervo-estúdio da GQ Brasil, em São Paulo.
Deixar o nome artístico de lado, recorrente na mídia desde 2018, foi o mais simples de se habituar. A ausência das madeixas castanhas e encaracoladas, que tornaram o paulistano famoso no país, foi o que de fato trouxe mais estranheza – pelo menos nos primeiros minutos de conversa ao vivo.
“Cara, não estou sentindo falta de nada. Estou me sentindo maravilhoso, um gostoso”, comenta ele sobre a mudança radical após o seu primeiro ensaio fotográfico de cabeça raspada para a revista. Durante os cliques, era possível perceber o cantor também se familiarizando com a própria imagem.
“Estou nascendo de novo. Sinto que, em certas fases da minha vida, eu estive morto por dentro. Agora, estou nesse momento de renascimento com o meu novo álbum”, diz ele, se referindo a Toda Manhã, disco que será lançado nesta sexta-feira, dia 14.
“Saí pelas ruas de São Paulo e fui grafitando artes visuais do meu disco e ao longo dessa noite, fui raspando o cabelo aos poucos”, explica. O ritual de passagem foi finalizado no litoral paulista. “Para amanhecer o dia fui para Santos raspar a última metade no cabelo e jogar no mar. Foi uma manhã de libertação”. E o destino não foi por acaso.
“Tenho família [em Santos] e passei muitas férias. Escolhi uma praia onde eu fiz muitos pedidos de ano novo quando era moleque. O pedido não foi necessariamente para Iemanjá, foi como uma oferenda e sacrifício para a mãe natureza, por tudo que meu cabelo fez por mim e também a vontade de deixar muita coisa para trás”, detalha.
Sem aviso prévio para os amigos e familiares, Victor surpreendeu os mais íntimos com a sua mais nova estética. “Liguei para a minha mãe e ela chorou por 24 horas seguidas, fez um drama”, revela.
Motivo da mudança
“Nos últimos tempos eu estava me sentindo na mesmice e existia esse peso: ‘Não pode [raspar] porque é a sua marca e o que faz as pessoas te reconhecerem’ . Depois eu entendi que não. A minha marca é a minha música.”